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Produção Sustentável de Óleos Vegetais

Pesquisas realizadas em escala piloto simulando a realidade industrial, demonstram que a extração líquido-líquido é uma alternativa eficiente para refino de óleos vegetais.


Tendo em vista o uso de tecnologias verdes para refino de óleos ve­getais, a remoção de ácidos graxos livres (desacidificação), comumente realizada por neu­tralização alcalina, pode ser realizada pelo emprego de álcoois de cadeia curta. Também conhecida por extração líquido-líquido, se fundamenta na diferença de solubilidade dos ácidos graxos livres e dos triacilgliceróis no solvente. O reciclo de solvente é realizado para conduzir o número de contatos suficientes, até atingir o padrão de qualidade do óleo neutro (refinado) e recolher do extrato os ácidos graxos livres (soluto).


O processo ocorre em baixa temperatura e pressão, e comparando com a desacidificação química, a extração líquido-líquido tem produção de efluentes, consumo de água e energia menores.


Tipos de Equipamentos

Para extra­ção líquido-líquido podem-se utilizar colunas que atendem a processos contínuos e elevadas taxas de rendimento na extração e recuperação do solvente. Também se aplicam misturado­res-decantadores, que promovem o contato entre líquidos imiscíveis com boa transferência de massa, e posterior separação de fases por decantação (Figura). Esses equipamentos possuem desvantagens em relação ao tamanho e tempo de residência.


Por ser um solvente atóxico e biorrenovável, o etanol tem sido empregado na maioria dos trabalhos com óleos vegetais comestíveis, propondo extração do óleo e desacidificação da micela. Além disso, o etanol faz parte dos coadjuvantes de tecnologia para a categoria de alimentos - óleos e gorduras, com função de solvente para extração e processamento.


Com objetivo de atingir grau alimentício, Tiritan et. al. (2020), realizaram trabalho para estabelecer as condições de processo em escala de bancada para refino de óleo de soja bruto via degomagem e extração líquido-líquido, com eliminação das etapas de clarificação e desodorização; e posteriormente, realizaram a projeção para refino nas mesmas condições em escala piloto para óleo de canola.




Fonte:

TIRITAN, Maria Gabriela; TONIAL, I. B.; DALMOLIN, I. A. L.; MACHADO-LUNKES, A. Refino de Óleo de Soja via Extração Líquido-Líquido em Escala Laboratorial e Piloto. In: Carlos Alberto Martins Cordeiro (Org.). Tecnologia de Alimentos: Tópicos Físicos, Químicos e Biológicos. 1ed. São Paulo: Editora Científica Digital, 2020, v. 2, p. 566-581.
CHIYODA, C., et al. Liquid–liquid equilibria for systems composed of refined soybean oil, free fatty acids, ethanol, and water at different temperatures. Fluid Phase Equilibria, v. 299, p. 141–147, 2010.
DIAS, T. P. V. B., et al. Liquid–liquid equilibrium for ternary systems containing ethylic biodiesel + anhydrous ethanol + refined vegetable oil (sunflower oil, canola oil and palm oil): experimental data and thermodynamic modeling. Brazilian Journal of Chemical Engineering. v. 132, n. 03, p. 699–706, 2015.

FERNANDES, Lenita da Silva Lucio. Controle Feedback de nível baseado em sensor de imagem aplicado ao equipamento misturador-decantador a inversão de fases. 2009. Dissertação. (Mes­trado em Engenharia Química) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, UFRN, Natal, 2009.
HOMRICH, P. O. B. Solubility behavior of mixtures containing refined soybean oil and low--toxic solvents at different temperatures. Fluid Phase Equilibria, v. 442, p. 87--95, 2017.
MAY, C. P.; HOMRICH, P. O. B.; CERIANI, R. Pseudoternary liquid--liquid equilibria for refined sunflower seed oil + carboxylic acids + anhydrous ethanol at 298.15 K. Fluid Phase Equilibria, v. 427, p. 297-302, 2016.
RODRIGUES, C. E. C.; GONÇALVES, C. B. Extração Líquido-Líquido. In: TADINI, Carmen Cecilia et al. Operações unitárias na indústria de alimentos. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, p. 209-250, 2016.

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